sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Vinte e Oito

Nunca quis amor tranquilo, maciez, quietude. Sou de escorpião: do mar, liberta, instável. Quero perder o juízo, deixar os pés dançarem conforme as batidas do coração, as mãos passearem pelo corpo à medida que o corpo arrepia durante o toque. Mas sou segura: não ultrapasso sinais nem atropelo sentimentos. Gosto de amores lentos, que se decifram aos poucos, que não perdem segundos e se espalham pelo corpo inebriando a alma. Era da gente ali, sem casa, rumo e certeza e com uma simplicidade imensa no peito, que eu precisava. Morremos ao passo que nos deixamos esquecer como era quase impossível andar de mãos dadas e ficar de conchinha, embora desejemos isso sempre. Fomos furacão, colo, abraço, sorriso e lágrimas. Fomos idas,talvez sem vindas, barreiras e pedágios. Fomos casa, quarto, banheiros e coração. Fomos vida e amor, carinho e desafeto. Fomos tudo, menos nós mesmas quando mais precisávamos.
A gente perdeu o fôlego e acabou se afogando.

Um comentário:

  1. são acima de tudo nossas escolhas, que interferem e ajuda a moldar que somos, choramos hoje e nos curamos completamente amanhã

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