sexta-feira, 29 de julho de 2011

Amor Platônico

O amor platônico é um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Parece que o amor platônico distancia-se da realidade e, como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia. Ocorre de maneira freqüente na adolescência e em adultos jovens, principalmente nos indivíduos mais tímidos, introvertidos, que sentem uma maior dificuldade de aproximar-se do objeto de amor, por insegurança, imaturidade ou inibição do ponto de vista emocional. Satisfaz o amor platônico? Ou as pessoas que amam platonicamente permanecem solitárias, privadas do contato com o outro? E conseqüentemente não vivenciam a experiência enriquecedora que é a troca que ocorre numa relação a dois, onde ambos podem revelar desejos, pensamentos, conflitos e se beneficiarem com o conhecimento advindo da relação com o outro. Penso que o encontro é sempre saudável e fonte de crescimento, e me parece que o amor platônico satisfaz momentaneamente, até que haja o adquirido amadurecimento que possibilita o revelar-se para o objeto de amor, mostrar-se em todas as suas faces, sem medo ou vergonha de perceberem-se verdadeiro, como acontece quando as pessoas sentem-se integradas e seguras. O medo de não atender aos anseios do objeto amado, o sentimento de desvalorização, incapacidade e desintegração podem contribuir para o não aproximar-se, amar à distância, impedindo que o indivíduo vivencie uma experiência de não só amar, mas sentir-se amado, não só cuidar e se preocupar, mas sentir-se acolhido, contido e amparado. Essa troca de experiências emocionais é que permite o sentimento de que amar e viver vale a pena, e nos ajuda a suportar as dificuldades e conflitos do cotidiano.

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